segunda-feira, 19 de abril de 2010

Inquieto no meio da noite, acordo conturbado com sonhos afogados em lembranças do passado. O vento gelado da madrugada soprando pela janela não me deixa cair no sono de novo. E eu nem sei se eu iria querer, se pudesse. Fechei a janela pra não deixar o vento entrar, mas ele escreveu teu nome no vapor dela.

Apaguei e desenhei um rosto nele. Mas os olhos derreteram e pareceram chorosos. Apaguei-o e o refiz, agora sorrindo. Esse é o poder que só você tinha sobre mim. Mudar um semblante tão singelo com um ato tão simples.

Não é fácil esquecer aquela sensação que só você me dava. O coração acelerado e a dificuldade de respirar. Talvez por estar acima das nuvens, onde tu me levava com tanta facilidade, tão frequentemente. Parafraseando Shakespeare, nem que eu quisesse poderia ir pra lá agora. Por demasiado ferido estou pelas flechas do cupido para poder voar com suas asas.

Agora as nuvens tão fofas que eu pisava quando tava do teu lado, são formadas pelos suspiros do meu amor desolado. Vou por os sapatos, pra ver se elas se desfazem. Aí meus pés vão tocar o chão novamente, depois de tanto tempo. Pela primeira vez desde que vi teu semblante. Ah, que saudade. Opa, suspirei de novo. Isso será complicado.

7 comentários:

  1. que bonito o texto almeida :)

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  2. que texto mais fofo! *-----*
    amei.

    bjooo ;*

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  3. Incrivel o texto, poético e subjetivo. Além de excelente cronista,um ótimo escritor. :*

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  4. Lindo, lindo e lindo, embora seja necessario colocar os pés no chão, enquanto nossas asas feridas pelas flechas do cupido não sararem e nos permitirem voar novamente.

    www.teoria-do-playmobil.blogspot.com

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  5. Gostei bastante do texto. Sutil e poético ao mesmo tempo. Algumas partes lembraram alguns momentos meus, que também são meio complicados. Pois é.

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  6. Adorei, principalmente o ultimo paragrafo
    é dificil quando queremos nos livrar de lembranças que ao mesmo tempo dolorosas são boas por nos lembrar de coisas que não gostariamos de ter perdido.

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