terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Encontro

Desejo. Vontade de lhe ter mas não ter certeza se o deve. Querer não é poder. E querê-la sabiamente não é impor, é ponderar as possibilidades. Quando se trata de ti, alguém, com sentimentos, há possibilidades, e nem todas soam acolhedoras para um coração necessitado.

Insegurança. Teus trejeitos são tão indecifráveis que um único sorriso pode significar carinho retribuído, teu olhar torto pode significar a morte. Mas esse mesmo olhar prende o brilho de tudo que se entende por felicidade. Esse mesmo olhar prende minha mente, mesmo quando tudo ao meu redor está clamando atenção.

Felicidade. Teu coração palpitando perto ao meu, teus lábios cerrados aos meus. Momentos que florescerão em meus sonhos pelo resto do tempo em que minha memória tiver funcionalidade. Respirar tendo um motivo para fazê-lo ao sentir que meu desejo foi aceito pelo teu sentimento. Caminhei por um caminho turtuoso e complexo da imaginação para chegar até este momento, este lugar e esta sensação, e o sentimento de felicidade floresce no meu coração a cada batida acelerada que ele dá somente por estar junto a ti.

Vazio. É o que fica ao te ver partir por aquela porta, que lhe leva para um lugar completamente diferente do qual nós convivemos por um curto período de tempo entre carícias e abraços. Depois de tanto, lhe tocar me fez bem. As sensações permaneceram cravadas na minha mente, e minha memória já se resume aos segundos que passei a sentir o odor do teu perfume.

Realidade. Agora eu fico aqui, neste banco vazio, que há pouco era contemplado pelo prazer da tua presença, mas agora é alvo de folhas que o vento empurra constantemente contra mim. Cheguei ao fim do percurso que eu tracei dentro de mim mesmo, e agora estou completamente desamparado. Preciso de ti aqui de novo, pra continuarmos esse jogo de desacasos. Volta.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Eu acredito
Se o tempo passa, tudo torna-se belo
Se a chuva pára, lágrimas limpam as cicatrizes da memória
Tudo começa a vestir cores novas
Toda música começa a tocar uma melodia calorosa
Ciúmes embelezam o épico
O desejo é abraçado no sonho
Mas minha mente permanece em caos.

X Japan - Say Anything
Falar de amor é uma terapia banalizante. Ele facilita situações impossíveis de serem facilitadas por outros meios. Conviver e encarar um problema é o melhor meio de superá-lo. Se o coração chora, dê a ele um microfone e os ingredientes para curá-lo - tempo e afeto.

Meu cérebro desenvolveu um senso crítico alto demais comparado à minha habilidade de pensamento. Outrora eu saberia pegar um papel e escrever diversos textos sentimentalistas em questões de segundos, e seria impossível conter uma lágrima ou uma voz embargada após relê-lo.

De tanto usar meus textos como uma terapia, eles estão completamente banalizados e, na minha mente, tudo soa clichê. Não consigo ler um texto de minha autoria sem achar que ele foi feito por uma criança de 8 anos querendo ser profunda. Não consigo ler texto nenhum sem achar isso.

Fica vazio. Nada faz sentido, nada satisfaz um coração necessitado. E aí a terapia que antes ajudava, agora vira um monstro que luta contra mim e me vence indubitavelmente. Nessas horas, nada mais parece haver luz. Fecho os olhos e não vejo mais nada, abro eles e vejo um céu onde até as estrelas se escondem das luzes dos postes e prédios.

E aí eu os fecho novamente, rezando internamente para quando abri-los, encontrar alguém pra me salvar desse mundo vazio de emoções acolhedoras, mas ele nunca está lá. Há tanto procuro por esse alguém, mas ainda não o encontrei. Continuarei minha jornada até o último dia de minha vida, pois esse é o motivo de se ter uma vida.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Eu fecho os olhos e não sei mais quem eu enxergo. Se é você, se é ninguém ou se são todos. Por que a cada dia mais dizem sentir o que não sentem, se aproximam por pensar conhecer o inefável amor. Procurei minha vida inteira pelo desconhecido amor, com a mentalidade de que, quando eu consegui chegar perto dele, me senti bem.

Quando tive paixonites fui feliz, quando tive namoradas fui mais. Mas o que chega perto não é o real. O amor é eterno, o resto tem data de duração, e quando acaba, resta pra ti sofrer o resultado drástico.

Hoje, tenho cicatrizes. Momentos que não voltam nunca, e eu não soube dar valor enquanto os vivia. Não sinto como se as tivesse presenciado, se não fosse pelas lembranças espalhadas pela memória e alguns machucados que ainda latejam, não acreditaria nelas.

Apesar de tudo, não canso de procurar pelo amor, por que sei que ele irá curar essas cicatrizes, e nunca me trará novas. Ele me trará pontes para ultrapassar, paredes para quebrar, mas nunca pedregulhos para me machucar caso eu o faça errado. Por que o amor verdadeiro perdoa. Já disse, o amor é eterno.

Eu tenho as palavras, mas não tenho os sentimentos. Eles eu procuro minha vida inteira, e passarei o resto dela procurando, já que é da natureza do ser humano querer ser feliz.