domingo, 24 de janeiro de 2010

Falar de amor é uma terapia banalizante. Ele facilita situações impossíveis de serem facilitadas por outros meios. Conviver e encarar um problema é o melhor meio de superá-lo. Se o coração chora, dê a ele um microfone e os ingredientes para curá-lo - tempo e afeto.

Meu cérebro desenvolveu um senso crítico alto demais comparado à minha habilidade de pensamento. Outrora eu saberia pegar um papel e escrever diversos textos sentimentalistas em questões de segundos, e seria impossível conter uma lágrima ou uma voz embargada após relê-lo.

De tanto usar meus textos como uma terapia, eles estão completamente banalizados e, na minha mente, tudo soa clichê. Não consigo ler um texto de minha autoria sem achar que ele foi feito por uma criança de 8 anos querendo ser profunda. Não consigo ler texto nenhum sem achar isso.

Fica vazio. Nada faz sentido, nada satisfaz um coração necessitado. E aí a terapia que antes ajudava, agora vira um monstro que luta contra mim e me vence indubitavelmente. Nessas horas, nada mais parece haver luz. Fecho os olhos e não vejo mais nada, abro eles e vejo um céu onde até as estrelas se escondem das luzes dos postes e prédios.

E aí eu os fecho novamente, rezando internamente para quando abri-los, encontrar alguém pra me salvar desse mundo vazio de emoções acolhedoras, mas ele nunca está lá. Há tanto procuro por esse alguém, mas ainda não o encontrei. Continuarei minha jornada até o último dia de minha vida, pois esse é o motivo de se ter uma vida.

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